terça-feira, 26 de outubro de 2010

O meu carro é uma mulher!

Tenho um carro à menos de um ano. Gosto do bicho e trato-o pela machine por ser o carro mais potente que tive até hoje como meu.
Tenho um Nissan Almera, que é um carro másculo, e como carro másculo que é, não exige muitos cuidados. Basta fazer as revisões dentro dos prazos e depois dou-lhe um ou outro mimo, como dar-lhe um banhinho ou aplicar cera na pintura para ficar a brilhar e mais nada. Tal e qual um macho. É simples, sem complicações. Basta fazer um check up de saúde de vez em quando e fazer o básico para andar apresentável... é sem dúvida um macho.

Há uma semana atrás o meu carro virou mulher... Sim mulher, o peste começou a fazer uns barulhos meio estranhos, começou a reclamar sempre, o motor não desenvolvia como devia, basicamente o carro queixava-se e ninguém percebia o porquê. Sentia que ele estava em sofrimento, mas não percebia a causa. Era tal e qual as mulheres, expressam-se e não se entende o que querem dizer, reclamam e não se percebe o motivo... Aqui apesar de todas estas evidências ainda não suspeitava que o meu carro se tivesse tornado numa mulher... até que...

Levei a Machine ao mecânico, após um pequeno passeio o mecânico chegou à conclusão que podia ser falta de óleo, comprei-lhe o óleozito e o carro ficou a funcionar como uma maravilha. Sem qualquer problemas e ainda fui avisado para controlar-lhe o nível do óleo e da água para que ele não se queixasse mais.
Este foi o ponto de viragem, despertei logo para a realidade, o meu carro másculo era uma mulher e nem havia dúvidas.
Fica logo sem problemas quando se compra uma coisa, fui-lhe comprar o óleo e melhorou logo, tal e qual as mulheres. Damos-lhe toda a atenção do mundo e deixam de reclamar. Sim, porque agora tenho de verificar sempre o raio de óleo e da água ao contrário de todos os outros carros que tive que não ligava a isso e nunca tive chatices, mas este tinha de ser uma mulher, tinha de precisar de atenção para funcionar bem.
Com as mulheres é a mesma coisa, se não lhes ligarmos nenhuma ninguém as atura, têm de ser sempre o centro do mundo, com o meu carro agora é assim, tem de ser mimado se não faz birra e não me funciona direito.

O meu carro é uma mulher e tenho dio.

domingo, 24 de outubro de 2010

Pânico

Pânico? O Pânico e acima de tudo o histerismo irrita-me e assusta-me. Detesto exageros e vivo num mundo de exagerados... Dirão-me-ei que sou racional e que a minha vida nunca despoletou em mim o pânico ou o histerismo e por isso não o entendo... BINGO... Têm toda a razão! Não entendo o histerismo (o pânico é outra conversa), faz-me confusão e nestes últimos dias tem-me feito ainda mais confusão.
Vejamos o que se passa (aqui) na Madeira. Toda a ilha vive uma espécie de stress pós-traumático pós 20 de Fevereiro. [Para quem não se lembra do 2o de Fevereiro, resumindo... ocorreu um enorme inundação no Funchal, quase todas as ribeiras (mini rios?) a sul transbordaram e inundaram e arrastaram casas, carros, animais e pessoas. Foi também um belo exercício de controlo da comunicação social na qual o Governo Regional contou-nos que morreram cerca de 50 vitimas mas na verdade foram muitas mais.] E na passada quinta feira choveu que se fartou e o Funchal inundou novamente. Não querendo desrespeitar aqueles que novamente apanharam outro susto de morte e reviram novamente um momento traumático, todos os outros que não foram afectados directamente comungaram de um histerismo generalizado no qual todos ligavam para familiares e amigos a aconselhar ficar em casa e a abandonar o Funchal. As autoridades fecharam escolas e serviços públicos e o RESULTADO foi? Uma enorme confusão. Os pais desesperados a ir buscar os filhos às escolas que ficavam no topo da cidade, onde simplesmente estava chuva e não se passava mais nada. O Funchal intransitável e com enormes filas e ainda as redes de comunicação completamente entupidas... o que é muito bom quando ocorre um simples acidente de carro e é preciso chamar ajuda...
Pergunto-me... PARA QUÊ? Porque raio andamos a fechar instituições que estão a funcionar normalmente e que nem estão situadas perto de zonas de inundação? Para quê?
Revolto-me e na passada quinta feira saí de casa fui ao ginásio e fiz o meu treino... estava muita água na estrada e fiquei todo molhado, mas o que tem isto de estranho num dia de chuva torrencial? Absolutamente NADA!

Outro cliché do histerismo é o Cancro... de facto é uma patologia que mata muito, que provoca muito sofrimento e que tem muito impacto social, mas se formos analisar as estatísticas as taxas de recuperação são até elevadas e o números de mortes até é muito reduzido quando comparado com as doenças cardiovasculares... mas toda a gente tem medo de morrer de cancro, não se preocupam em controlar a Tensão Arterial ou em reduzir o excesso de peso... é o histerismo... sofre-se por antecipação e sem necessidade.

Não gosto de alaridos desnecessários, não gosto de histerismo e odeio sofrer por antecipação... quando os problemas surgem resolvemo-los enquanto não chegam continuamos a nossa vida o melhor possível.
PS: O tratamento do histerismo passa por 1 de 2 caminhos: Ou fechar o "histérico" num quarto sozinho e não lhe ligar nenhuma ou chamá-lo à realidade com uns berros ou uma chapada na cara.