quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Vicio de ti

Em puto nunca fui muito fã de motas, lembro-me de ter andado de mota pela primeira vez. Já não sei ao certo quantos anos tinha na altura... Sei que foi numa scooter e andei cerca de 200 m à pendura, lembro-me de ficar cheio de medo e desde essa data o meu fascínio virou-se para os carros e sempre tive como objectivo um dia ter um carro próprio e acabei por o ter aos 18 anos.
As motas surgiram um pouco mais tarde talvez pelos 19-20 anos... Ficava colado à TV a assistir ao moto GP, era um vicio terrível. Sempre fascinou-me as velocidades que os pilotos atingiam, assim como a beleza daquelas motas.
Aos 22 ganhei coragem e resolvi tirar a carta de mota, lembro-me de ir todo assustado para a primeira aula, mas depois em cima da mota até nem parecia muito complicado, lembro-me de a metade das aulas achar que a 125 não andava nada.... e também lembro-me de dizer que nunca trocaria o carro pela mota...
A minha primeira mota foi uma Honda CBR 125, vermelha, era uma mota lindíssima, tenho pena de não a ter mantido comigo. Sou um nostálgico eu sei, mas há veículos que me marcaram e que gostava de os guardar para sempre. Infelizmente não tenho essa possibilidade.... Mas voltando à minha CBR, foi com ela que aprendi quase tudo o que sei, e sei muito pouco, curvava que era uma beleza, deitava-se ao ponto de me raspar as sapatilhas, era extremamente ágil, mas faltava-lhe coração. Em curva conseguia acompanhar as grandes, mas em tudo o resto faltava-lhe potência. Tenho saudades dela...
Entretanto comprei uma Yamaha FZ6, foi um negocio de oportunidade e não de amor à primeira vista. O que me apaixonou foi o seu coração, a sua beleza nem por isso. Acho que é daquelas motas que se aprende a gostar. Nunca experimentei outra mota da mesma categoria, mas acho que é uma boa mota para dar o salto, é suave e progressiva. Mas quando a dominamos conseguimos pôr toda a sua potência no chão com facilidade. Infelizmente não se deita tão bem como a minha antiga CBR, mas compensa com um coração que até hoje nunca me deixou apeado.
Este texto acabou por ficar mais extenso do que previa, quando no fundo o que me apetecia dizer é que tenho um vicio terrível, o vicio do motociclista. Quem é motard sabe do que falo... é aquele vicio que mesmo que tenhamos visto a morte à nossa frente, que tenhamos caído ao chão ou que vejamos o estado em ficam os nossos companheiros após um acidente de mota, não conseguimos deixar de andar de mota. É impressionante. Quando falavam-me nisto pensava que não fazia sentido nenhum... Actualmente percebo perfeitamente e 1 dia sem a mota e já sinto saudades dela. É estranho, mas quem ama a sua mota compreende perfeitamente.
PS: Qualquer dia ponho as fotos das minhas meninas

2 comentários:

FATifer disse...

Entendo-te perfeitamente. Mas eu não lhe chamo vício, para mim é um prazer a que tenho privilégio a que me poder dar e não quero abdicar dele enquanto possa. Como já deves ter lido em textos meus, só ando de moto. Embora tenha tirado ambas as cartas (carro e moto) em simultâneo, há anos que não conduzo um carro. Ao contrário de ti a primeira moto que conduzi foi a GN 250 da instrução e mantenho a minha primeira moto (que não é muito diferente desta pois é uma TU 250X), aliás ainda hoje fui nela para o trabalho. Tenho outra maior, uma SV 650S... são duas Suzuki que comprei porque amor e que não tenciono vender. Como disse, compreendo-te perfeitamente, boas curvas!

Abraço,
FATifer

Carloressu disse...

Caro Fatifer,

Só não fiquei com a minha cbr 125, porque o seguro das duas motas pesavame um bocado, mas confesso que tenho saudades dela.
Admiro a tua resiliência em andar de mota sempre, apesar de gostar ainda não me adaptei aos fatos de chuva, mas também ainda sou um novato nisto...

Abraço.