"Os sentimentos são involuntários, não se podem escolher, não podemos ser responsabilizados por eles, não devemos sentir-nos culpabilizados por eles."
Esta é a premissa para iniciar mais um pequeno texto, de facto os sentimentos são de todo involuntários, é impossível escolher de quem se gosta e de quem não se gosta... já todos nós quisemos gostar de uma pessoa e não conseguimos e o contrário também... é um facto. Não se escolhe de quem se gosta.
Já "os comportamentos são voluntários, cada pessoa escolhe o seu comportamento, é responsável por ele, cada pessoa pode julgar os seus comportamentos e ser julgada por eles". Penso que também não há duvidas em relação a isto pois não? Todos nós somos julgados e todos nós julgamos, por muito que nos custe a aceitar isto é efectivamente mais forte do que nós e acima de tudo é inevitável. Por isso juizinho naquilo que se faz.
Estas duas frases estão interrelacionadas, ora vejam lá, o meu comportamento vai condicionar as pessoas que conheço, as pessoas às quais dou uma oportunidade. São os meus comportamentos, as minhas atitudes que vão cativar ou não o outro. Até pode ocorrer que esteja alguém completamente apaixonado por nós, mas se nós não lhe damos uma oportunidade nunca iremos gostar dela, isto porque nunca a conhecemos, nunca lhe demos a oportunidade que precisava.
Então os sentimentos escolhem-se? Sinceramente acho que sim, escolhemos sempre de quem gostamos pelo menos em parte. Se não forem cínicos a ler isto irão perceber que tenho razão, há pessoas que surgem na nossa vida que nós nem ponderamos dar-lhes uma oportunidade e estas até podem ser maravilhosas e quem sabe não são o amor da nossa vida? Pois... Não sabemos, exactamente porque não lhes damos oportunidade!
Quanto a vocês não sei, mas acho que até se escolhe quem amamos, pelo menos em parte, pois só deixo entrar na minha vida ou em "mim" quem eu quero e quando eu quero. Há pessoas com quem temos uma empatia enorme e com as quais as coisas surgem naturalmente, mas para isso temos sempre de lhes dar uma oportunidade, pelo menos uma oportunidade. Sem isto essa pessoa por mais maravilhosa que seja nunca entrará na nossa vida.
Dando continuidade ao "cabrão" que me intitulo, assumo-o sem medos e assumo-o porque dou uma oportunidade às pessoas, nem sempre faço as escolhas certas e sou julgado por isso, muitas vezes por quem não devia julgar-me mas não vivemos num mundo perfeito e as coisas são mesmo assim... Se sou cabrão por dar oportunidades, sou cabrão com muito orgulho. Arrisquem sempre... quem sabe não encontram o amor da vossa vida...