sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Optimismo


Há cerca de 2 anos atrás assisti a umas Jornadas de Saúde Mental, e uma vez que tive despensa de aulas para ir assistir às mesmas foi-me exigido uma pequena reflexão (diga-se que muito mal feita esta) sobre um dos temas abordados. O tema que mais me marcou, foi o optimismo, marcou-me tanto que sinceramente adorei a prelectora pois confirmou-me cientificamente tudo aquilo em que acredito. Sou optimista, sempre o fui e possivelmente devo continuar a sê-lo.

Síntese da conferência “Educar para o optimismo e para a saúde mental” pela profª drª Helena Marujo

A primeira impressão retirada por mim foi “a linguagem cria a realidade, não se limita a construi-la”. Concordo plenamente com esta afirmação, uma vez que o facto de mantermos o nosso espírito aberto ao optimismo depende em muito das mensagens que recebemos e que enviamos aos outros, ou seja, concordo que devemos sempre cultivar, impulsionar discursos positivos, tentando ver o lado positivo de todas as coisas, aprendendo com as coisas boas e más da vida. E como, lia ainda há pouco num blog, “quando a vida nos fecha uma porta, abre-nos um portão”. Penso que esta perspectiva de vida é a mais adequada para todos, tanto para profissionais, cuidadores, doentes, etc.

Pensamento positivo “atrai” eventos positivos. Tal como a Dr.ª referiu, é necessário realizar uma promoção positiva/prevenção positiva da saúde e intervenções positivas. Ou seja, não será com discursos pessimistas, intervenções sem esperança que iremos ajudar os doentes, e os cuidadores e até nós próprios. No entanto, o optimismo tem de ser sempre acompanhado por uma forte componente realista, isto porque dar falsas esperanças também não é a forma correcta de intervir, mas há que impulsionar a esperança, aliás vários estudos demonstram que os doentes terminais que acreditam em algo, vivem melhor a sua doença, no fundo usam os seus mecanismos de coping para ultrapassar as crises de forma mais eficaz.

Actualmente vivemos numa sociedade que não educa as crianças para a resolução dos seus problemas, esta é uma falha gravíssima na nossa sociedade. Só educando as futuras gerações para a resolução dos seus problemas, através da responsabilização é que iremos estar aptos a ultrapassar os diferentes desafios da vida. Actualmente vive-se uma cultura do facilitismo onde os problemas (não) são resolvidos com recurso a psicofármacos, como revelam os estudos mais recentes, onde é assustador verificar que são em grande número as crianças “drogadas” com estes fármacos. O facilitismo e a não responsabilização não serão decerto a melhor opção para educar uma criança…

Um dos termos abordados foi o conceito de felicidade subjectiva, termo interessante. Isto porque a felicidade é algo muito difícil de quantificar e classificar. No entanto, as pessoas que se diziam felizes, tinham em comum 3 factores, “ter alguém com quem contar”; “terem aprendido algo recentemente”; “ter autonomia e liberdade”.

Foi referido ainda que por cada apreciação negativa sobre alguém devemos fazer pelo menos 3 apreciações positivas. É deveras um bom princípio e que nos faz reflectir antes de fazermos algum comentário depreciativo.

Para valorizar ainda mais a importância do optimismo na vida e na qualidade de vida de todos nós, resta-me referir alguns dados mencionados, tais como, o perdão, as criticas construtivas, e o pensamento positivo favorecem o bom funcionamento do sistema cardiovascular. As ilusões positivas e a esperança são salutares na aceitação da doença crónica. Daqui retiramos que a terapia do riso é algo que cada vez mais, é mais importante, aliás é algo fundamental.

Para uma vida feliz e saudável é fundamental a capacidade de apreciação pessoal, o sentido de humor e o crescimento pessoal positivo.

Uma outra ideia chave, que retirei foi que a escrita é uma ferramenta muito poderosa, na expressão das nossas emoções, e uma pessoa equilibrada emocionalmente é uma pessoa com saúde mental. Provavelmente se todos nós escrevêssemos um pouco no final de cada dia, viveríamos muito melhor, isto porque a escrita “obriga-nos” a reflectir, a realizar uma introspecção sendo tudo isto, benéfico para o nosso desenvolvimento a todos os níveis.

Concluindo,

Concordo com tudo aquilo que a Dr.ª Helena referiu na sua dissertação, e tento pôr em prática todas as indicações e felizmente para mim já o faço há vários anos. E claro que sou conhecido como sendo alguém positivo e de certa forma que vive num mundo à parte por ver o sempre o lado positivo de todas as situações, mas quando estou perante as dificuldades, lembro-me de dois princípios básicos que a mim dizem-me muito “Se tem solução porque te preocupas? Se não tem solução porque te preocupas?”; “Quando se fecha uma porta, abre-se sempre um portão, apenas basta entrar no portão”. Provavelmente estas frases pouco ou nada dizem aos outros, mas na minha perspectiva são fundamentais para a minha saúde mental.

2 comentários:

Anónimo disse...

Outro dos factores facilitadores do Optimismo é termos alguém ao nosso lado que seja ele próprio um exemplo de positivismo. Assim quando dramatizamos com as pequenas contrariedades da vida, há sempre alguém que nos faz parar e pensar “Se tem solução porque te preocupas? Se não tem solução porque te preocupas?” e vamos tentando dramatizar cada vez menos, porque há coisas que (á luz do optimismo) deixam de fazer sentido.

Carloressu disse...

Olá anónimo,

Concordo plenamente mas na falta de alguém optimista a teu lado dá o primeiro passo e sê optimista.

Eu acredito que és capaz.