sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Teorias do Cú de Judas

Há dias estava na conversa com um doente portador de esquizofrenia paranoide.
EE: Eu
A: Análio (doente 1)
J: Joaquim (doente 2)

(...)
EE: Então srº Análio porque veio para aqui?
A: Não sei, estava no meu quarto a falar sozinho e a minha mãe chamou a policia e os bombeiros e vim para aqui (casa de saúde).
EE: Mas estava mesmo a falar sozinho, ninguém lhe respondia?
A: À srº! Eu estava a falar sozinho. É normal falar sozinho. O Srº também não fala sozinho?
EE: Às vezes, mas porque estava a falar sozinho?
A: Porque me apetecia, estava a falar com o menino jesus.
EE: Estava a falar com o menino jesus? E ele respondia?
A: Não srº estava a falar sozinho e ele só dizia "certissimo" ou "não certissimo".
EE: Então o menino jesus estava a responder-lhe.
A: Srº eu sou analfabeto, não percebi...
EE: Vou repetir então, o srº disse-me que estava a falar e que o menino jesus lhe respondia "certissimo" ou "não certssimo".
A: Ah pois.
EE: E o que acha disso?
A: Acho que é normal.
Entra na conversa outro doente também esquizofrénico.
J: Olhe srº enfermeiro, eu também via Deus.
EE: E o que acha disso?
J: Acho que é normal, mas agora nunca mais o vi.
EE: E porque acha que isso aconteceu?
J: Porque vim para aqui e comecei a tomar a medicação.
EE: E o srº Análio desde que está aqui a tomar a medicação o menino jesus tem falado consigo?
A: Não, porque eu não quero.
J: Oh Análio, isso são coisas da tua cabeça.
A: Apaz tás tonto! O menino jesus fala comigo.
J: Eu também via, mas isso era tudo da minha cabeça, uma vez vi Deus e ele mandou-me bater na minha mãe e eu bati.

Juro que quando pensei em escrever esta conversa pensei que estivesse muito mais piada... Ao vivo fiz um esforço para me conter, isto porque só aqui está, um excerto da mesma e ouve momentos bem hilariantes, mas isso agora não interessa, porque estou a escrever este texto para partilhar uma inquietação.

Será que Jesus era esquizofrénico? É porque o gajo também falava com Deus, felizmente este não lhe mandava bater nas pessoas. Estou a terminar o meu estágio em saúde mental e já vi um pouco de tudo, nesta conversa temos 2 tipos de doentes diferentes, um que já percebeu que está doente e outro que nega que está doente. Será que o menino jesus e os profetas todos não eram esquizofrénicos sem terem a noção que estavam doentes? Será que a religião não passa de uma invenção de alguns esquizofrénicos?

PS: Esta história é baseada em factos veridicos, no entanto, o nome dos interveniente é obviamente fictício

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

AAAAAAAAAAHHHHH!


Sei que estou em falta no que diz respeito às actualizações e nas visitas às vossas casas, mas infelizmente não tenho andado com muita (nenhuma) disponibilidade para actualizar o blog e visitar os vossos espaços.

Comecei o estágio de saúde mental esta semana numa instituição pública, infelizmente não estou a gostar nada da experiência, não devido aos doentes, isto porque até são uns tipos porreiros mas infelizmente eu não tenho a mínima motivação para trabalhar nesta área da saúde. Vou todos os dias para o serviço com cara fechada e com uma desmotivação tremenda, passo lá o dia a olhar para o relógio e o tempo que passo com os doentes sinto que não estou a fazer grande coisa, sinto que não estou a contribuir para a sua recuperação, este facto deixa-me triste e só aumenta a minha frustração no que diz respeito à conclusão do estágio. E ainda nem falei da minha orientadora, que tadita não percebe nada de saúde mental, isto porque se percebe-se alguma coisa usava esses mesmos conhecimentos para se tratar, atendendo aos défices claros que manifesta.

Mas nem tudo é mau, os colegas de equipa são fantásticos e sempre dão alguma força para continuar a trabalhar, mesmo que a motivação não seja muita.

Após este desabafo, resta-me dizer que não sei quando voltarei a actualizar este blog, mas espero que seja em breve. Prometo que mal surja-me alguma ideia para um post trato de o publicar.

domingo, 18 de janeiro de 2009

Uma aventura no shoping

Hoje acordei cedinho e fui até ao shoping, como qualquer bom português, mas tenção que não fui de fato de treino. Fui para o shoping tentar trabalhar, muni-me do meu querido portátil e fui até ao shoping, cheguei estava o shoping a abrir, estava calminho, as pessoas passavam lentamente em direcção ao café, numa calma extraordinária, normal de um qualquer domingo. Sem pressas pedi um café e sentei-me numa mesa qualquer e comecei a trabalhar, desfrutando do meu café e do sossego aparente.

Liguei os head fones e fui trabalhando, fui capaz de concentrar-me até cerca das 11:15, hora pela qual estou a escrever isto e observo o movimento crescente do shoping, a calma deu lugar a um frenesim desgraçado, vejo pessoas em passo acelerado em direcção aos cafés e restaurantes, vejo lutas pelas mesas, vejo cadeiras a serem “roubadas” de uma mesa para outra. Torna-se quase impossível ler os jornais, trabalhar ou seja fazer lá o que for, a calma de domingo de manhã foi perturbada e agora todos correm tal e qual como se fosse uma banal quarta feira.

Ao meu lado um srº, resistente, insiste em folhear o jornal, tentando concentrar-se, à minha frente um casal com o seu filhote falam e felizmente o pequeno está sossegado, como que embalado pelo movimento do shoping, à minha direita estão dois homens a pôr a conversa em dia, estão nisto há já uma hora e parecem completamente alheios ao que se passa à sua vota, estão de tal maneira envoltos na sua conversa que nem reparam na beldade loira que acaba de passar (sim eu olhei). Eu estou no meio de tudo isto e agora vou voltar ao meu trabalho, que daqui a nada é hora de almoço e ainda tenho de ir para casa comer o comerzinho da mamã que ao domingo esmera-se na cozinha.

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Provérbio da semana

"Quem vai à guerra dá e leva."

Coisa mais simples... no Iraque foi assim mesmo, os EUA deram meia dúzia de tiros 2 ou 3 mísseis em cima dos iraquianos e pronto levaram uns belos litros de petróleo. Provérbio mais lógico e simples sem dúvida.

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

O Juizo do Piqueno!

Quando vi as imagens do acidente do Cristiano Ronaldo fiquei um pouco baralhado devido às circunstancias do mesmo. Vejamos... vinha o rapaz no seu belo Ferrari e espatifa-se contra uma parede, como ia para o treino supostamente não ia bêbedo. Uma vez que o rapaz até é jeitoso com os pés penso que saberá conduzir, isto porque os pés fazem metade do trabalho. Quanto às mãos também devem ser mais ou menos boas, afinal de contas por lá já passaram os seios da Nereida que não são nada fáceis de manipular face ao seu enorme tamanho. Ah e tal, podia vir em excesso de velocidade... até podia ser mas aquilo era um Ferrari portanto é um carro construído para andar depressa. Óleo, gelo, água na estrada? É provável, mas ainda assim ponho as minhas dúvidas.

Andei e andei às voltas a ver se descobria a causa do acidente... pensei e pensei e voltei a pensar até que finalmente cheguei a uma conclusão perfeitamente plausível.

Como bem sabem o rapaz recentemente ganhou a bola de ouro que foi muito bem aproveitada para colocar dentes de ouro, isto porque a prateleira de troféus já estava cheia e então o rapaz (muito bem) fez um belo investimento para o futuro e derreteu o troféu e colocou dentes de ouro.
Agora que se avizinhava mais um prémio, também em ouro, o piqueno não sabia o que fazer com ele... Já não havia espaço nenhum na prateleira dos troféus, ainda ponderou substituir as unhas por unhas de ouro, mas achou que ia ter saudades de ir à manicura (e diga-se que fez muito bem em continuar a ir à manicure). Estava mesmo desesperado, mas... de repente pensa "E se eu estatelasse este Ferrari e depois trocasse o troféu por um carro novo?" E pronto eis a causa real do acidente. O piqueno estatelou o carro e agora vai trocar o troféu por um carro novo, o Xavi é o principal candidato a trocar o seu Ferrari pelo troféu, mas na corrida aparecem 3 multimilionários russos que lutam também pelo troféu, isto devido à beleza do mesmo. (Convenhamos que o troféu é bonito e assenta bem em qualquer sala de estar)

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Amor

Confesso que o romantismo não é o meu forte e por vezes até sou considerado um bocado para o bruto, mas hoje apetece-me falar de amor. Daquele amor tão forte que sentimos um arrepio em todo o corpo quando pensamos na pessoa amada, daquele amor que nos deixa completamente viciados, daquele amor em que sentimos que o outro é o tal, é aquele que nos dá tudo aquilo que precisamos que queremos e que sonhamos. É deste amor que hoje apetece-me falar.

Sei que amo alguém quando aqueles pequenos gestos cavalheirescos se tornam normais e automáticos, como por exemplo abrir uma porta para o nosso amor passar em primeiro lugar. Esperar ansiosamente horas por ele e mesmo assim recebê-lo com um sorriso. Ouvir as histórias que ela conta-me atentamente e pelo meio dispersar-me e pensar como é possível amá-la tanto. Oferecer uma flor inesperadamente sem ser por obrigação. Ter um desejo constante de fazer tudo para que a amada seja feliz...

Isto para mim é amor, sei que muitos de vós são capazes de discordar ou diriam muito mais acerca do tema. Mas uma vez que o romantismo não é o meu forte, esta definição um pouco ou quanto "tosca" é até muito boa.

Num qualquer romance pode-se ler muito mais acerca do assunto, mas para aqui as definições pouco ou nada interessam, porque este texto expressa apenas a minha vontade de dizer AMO-TE.

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Provérbio da Semana

Bem este será o primeiro provérbio de 2009 neste estaminé.

"A necessidade aguça o engenho"

Com este provérbio concordo totalmente, aliás até tenho pouco a dizer sobre ele, no entanto há alguns meses atrás assisti a uma peça cá na Madeira que foi o "Vou-te Bater qualquer coisa" que é um espectáculo de stand up comedy. Eu adorei a peça e uma das piadas que lá foram ditas adequam-se perfeitamente a este provérbio, já não sei quem a disse mas ou foi o Carlos Moura ou o Pedro Ribeiro ou o Pedro Raminhos.

Todos nós sabemos que os homens além de serem os seres mais inseguros do mundo são possivelmente também os mais desesperados, isto porque não sobrevivem sem as mulheres, isto salvo raras excepções, face a esta necessidade as técnicas de engate masculinas deviam estar bem mais desenvolvidas no entanto são muito arcaicas.

Basta ver que muitos homens para seduzir uma mulher usam a imaginação de forma deficiente que pensam que ao buzinarem e ao ficarem babados para as lady`s quando passam por elas com o carro sonham que vão ser capazes de as conquistar, ou então enviam um piropo bem fófinho.
Pergunto-me se realmente a necessidade aguça o engenho, face a estes argumentos...

Ou os homens não estão assim tão desesperados pelas mulheres ou então o provérbio está mal construído.

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Humildade? Hmm... Hoje não!

Confesso que por vezes surpreendo-me comigo próprio. Umas vezes pela positiva outras nem por isso e hoje surpreendi-me pela positiva.

Hoje tive de escrever um pequeno texto fazendo um balanço do meu estágio no Serviço de Urgência, e quando comecei a fazer uns rabiscos numa folha de papel a ver se saía-me algo bonito e sincero estava longe de imaginar que iria sair algo tão bom. Fiquei surpreendido com a minha capacidade de reganço. Estou maravilhado, ainda há uns 30 min atrás não fazia ideia do que iria escrever mas agora tenho um texto que quase confesso ser capaz de convencer um cego que o está a ver. Desculpem-me a falta de humildade mas de facto está muito bom.

Apenas queria partilhar isto convosco, e infelizmente não posso partilhar o texto aqui devido ao sigilo profissional. Tenho pena, mas não é possível.

Obrigado e até já.

sábado, 3 de janeiro de 2009

Ideias Mirabolantes para combater a Crise


Com os tempos de crise que se vivem, onde já nem os bancos parecem ser capazes de resistir. Tive uma ideia para combater a crise.

Todos nós (ou pelo menos a maioria de nós) quando vai ao hipermercado recorre aos carrinhos, onde coloca uma moedinha, sendo que alguns são uns mãos largas e usam moedas de 2 € (gandas malucos). Pergunto-me porque razão ninguém tenta roubar estes carros com a moeda? É porque vendo bem, já todos deixamos abandonado o carro para ver algum produto e bastava alguém agarrar no carrinho que nós dificilmente o voltaríamos a encontrar. Isto feito de forma compulsiva resultava decerto num belo rendimento extra no final do mês.


Já agora, nos hipermercados também não é usada uma técnica de roubo que tem pernas para andar. Mais uma vez quando fazemos as compras, colocamos os sacos com as compras no chão, enquanto pagamos ou enquanto enchemos mais um saco. Será que ainda ninguém se lembrou de roubar os sacos que estão no chão? Bastava chegar lá, agarrar no saco com as compras e fugir. Simples...

Será que os nossos ladrões têm assim tão pouca imaginação ou serei eu apenas estranho!?

quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

Bom Ano 2009


Antes de mais desejo a todos um bom ano de 2009, espero que consigam atingir todos os vossos objectivos e desejos.
Tenho também de pedir desculpa aos assíduos leitores que aguardam incessantemente pelo provérbio da semana que não foi publicado ontem, porque os autores deste estaminé estavam ocupados a receber o novo ano e a despedir-se do velhinho. Mas não desesperem para a semana o provérbio da semana regressa.

Despachados os esclarecimentos, passemos ao que interessa, ou seja, à minha primeira inquietação de 2009.


Todos os anos na passagem de ano, toda a gente festeja, todos recebem o ano novo com alegria e com muitos comportamentos festivos. Podem estar tristes por qualquer motivo, mas o facto de receber o ano novo acaba sempre em êxtase, se calhar por ter uma nova oportunidade de mudar algo na vida. Abrimos o champanhe, fumamos um charuto, gastamos uma pequena fortuna nas discotecas e bares, etc e etc. ou seja, festejamos, recebemos com alegria o novo ano.

Eu (tal como vocês, penso eu...) conheço muito boa gente que quando festeja o seu aniversário fica deprimida. Ficam insuportáveis, fazem birra e só não choram por vergonha. Ficam de tal maneira desanimados por estarem a ficar velhos que quase ninguém os atura. No entanto, na passagem de ano andam todos empolgados e cheios de alegria por passar mais um ano. Mas isto faz algum sentido!?

Portanto ficam tristes nos aniversários por estarem a ficar velhos, logo também deveriam ficar tristes nas passagens de ano, ou não? Afinal de contas também a passagem de ano assinala o nosso envelhecer!

PS: Eu sei que o texto não faz grande sentido, mas de facto isto inquieta-me...