Ambiguidade

Li há pouco (aqui):

“O filme mais longo de todos os tempos está neste momento em rodagem e quando estiver concluído deverá ter cerca de 170 horas de imagens recolhidas em dezenas de países diferentes e uma ficha técnica com três mil actores.”

Só o facto de o filme durar cerca de 170 horas já me põe a pensar. No entanto, penso mais aprofundadamente sobre o tema, porque hoje também li um artigo (aqui), sobre o Google e a sua importância no mundo. A conclusão base é “quanto mais tempo passamos na Internet, maior dificuldade temos em nos concentrar numa leitura mais vasta e profunda, como a de um livro. Da sociedade da informação nasceu um novo tipo de leitores: mais contemplativos e menos interpretativos”.

Portanto, a srª Véronique Aubouy (realizadora do filme) apesar, de usar as novas tecnologias (o filme vai ser gravado através de uma Web cam, por todo o mundo. Vá leiam e interpretem, não contemplem apenas o artigo) não deve ter tido acesso ao artigo sobre os efeitos da sociedade de informação. Isto porque esta opção é ambígua, já para não dizer pouco inteligente.

Uma vez que uma enormidade de 170 horas não será vista na totalidade por ninguém. Haja pachora! Nem mesmo os fã...náticos terão a paciência de um santo para assistir ao filme. Além disso, caso haja algum maluco, leia-se critico de cinema, (porque o trabalho destes senhores é ver filmes e depois criticá-los, e um bom critico vê o filme até ao fim) que o veja até ao fim, estando o mesmo inserido nesta sociedade da informação irá apenas contemplar o filme e não interpretá-lo. Não, porque não queira, mas simplesmente por incapacidade. Consequências dos tempos modernos.

Já agora, no mesmo artigo acerca da sociedade de informação, refere-se também que “A frase longa, tal como o texto longo, não sobrevive”, o que diz muito sobre o sucesso deste blog a médio/longo prazo…